sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Saudades

Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!Esquecer! Para quê?...
Ah, como é vão!Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

2 comentários:

Manuela Viola disse...

O amor nunca devia ser sofrimento! Utopia, a minha! Bjo.

Maria Laura disse...

Florbela escreveu sobre a saudade de forma insuperável! Foi por Florbela que me iniciei na poesia. Depois vieram tantas outras influências... Mas gosto de a reler.